Olá viajantes!! Em Novembro de 2021, eu tive a oportunidade de ir ao Festival de Gastronomia e Cultura de Aracati e eu amei o Centro Histórico de Aracati. Fiquei louca para retornar e fazer um tour!
Pois bem, 1 mês depois lá estava eu novamente para fazer esse bendito tour e já digo logo que vocês vão adorar!
Me indicaram muito o guia Ocivan, porém não tive como fazer com ele e fiz com o irmão dele, o Edivan!
Vou deixar o contato de ambos aqui Ocivan 88 99625-1971 e Edivan 88 99919-7057
História de Aracati
Os primeiros habitantes da região onde hoje é a cidade de Aracati foram os índios potyguara, até o ano de 1500. Segundo o historiador Tomás Pompeu, no começo desse mesmo ano, Vicente Pinzon chegou em terras aracatienses, mas a ocupação se deu apenas a partir de 1600, com a chegada de Pero Coelho de Souza, fugindo do Maranhão por conta da invasão dos holandeses, assim foi construído o primeiro forte às margens do Rio Jaguaribe.
A partir daí, Aracati foi se tornando um ponto de apoio militar com presídios, fortes mas somente a partir de 1800 é que a economia aracatiense dá uma guinada. A produção de carne seca tornou-se a atividade econômica mais importante, inclusive tinha seu próprio porto por onde escoava toda a produção para o resto do país. Em compensação foi nessa mesma época que os índios foram mais exterminados, as aldeias indígenas foram potencialmente reduzidas.
Com isso, Aracati, chegou a ser a vila mais importante da capitania! E todo o patrimônio que está tombado é justamente dessa época.
Na década de 20 do século XIX, durante a Confederação do Equador, a cidade recebeu um ataque liberado por Tristão Gonçalves, ficando, assim, arruinada.
A importância de Aracati foi tanta, que em 1829 cogitaram transferir a sede da capitania de Fortaleza para lá, porém foi rejeitada na Assembléia. Quando o porto de Fortaleza ficou pronto, é a vez de Fortaleza dar uma guinada, deixando Aracati, de vez, para trás, além da cidade enfrentar também outros problemas, como assoreamento do rio, falta de linha férrea para escoar a produção, enfim, tudo o que vemos até hoje no Brasil, a falta de investimento.
Hoje, a base da economia aracatiense é a agricultura como caju, cana-de-açucar, mandioca, muito crescente também é a carcinicultura (camarão) e claro, o turismo! Canoa Quebrada é uma das praias mais visitadas do Estado.
A cidade fica a 150km à Leste da capital Fortaleza, como podemos ver no mapa abaixo.
Roteiro
Nosso roteiro pelo Centro Histórico de Aracati começa pela Igreja do Rosário e vai até o Espaço das Artes na Rua Coronel Alexzantio.
Não conheci 100%, faltou algumas igrejas e entrar no mercado, deixei para uma próxima vez porque não deu tempo, certo, gente? Mas dá pra ter uma ideia do que foi e ainda é Aracati!
Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Começamos pela primeira igreja de Aracati. Na verdade, a primeira mesmo foi construída de palha e taipa, essa mesma deu lugar a igreja que conhecemos hoje, Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, datada do século XVIII, mais especificamente, 1785.
Antiga Cadeia e Governo da Confederação do Equador
Depois seguimos pela Rua Grande (Rua Coronel Alexanzito) e podemos observar a quantidade de casas tombadas e a maioria super bem cuidadas!
Passamos pela antiga cadeia, datada de 1779, em estilo colonial, que hoje funciona como a Câmara dos Vereadores.
Mais a frente, conhecemos a casa que foi sede do Governo da Confederação do Equador.
Teatro Francisca Clotilde
Próximo parada, é no Teatro Francisca Clotilde. Clotilde foi uma grande mulher! Estava bem à frente para aqueles tempos, ocupou lugares em que se diziam ser apenas para homens. Ela foi a primeira professora mulher da Escola Normal de Fortaleza, também fundou a revista Estrella, as quais, suas publicações eram de poetas de todo o Brasil.
Na vida pessoal, Clotilde teve 2 filhos e de casamentos diferentes, uma grande afronta para aqueles tempos.
Voltando ao teatro, ele é o único da cidade de Aracati, foi modernizado com ar condicionado, possui ainda um foyer e um local para exposições.
Instituto do Museu Jaguaribano
Um pouco mais a frente, na esquina, encontra-se o Instituto do Museu Jaguaribano. No primeiro andar do Museu, encontramos uma breve história dos ciclos econômicos da região, cana de açúcar, gado, borracha, carnaúba. No segundo andar, ficam objetos e peças da época. Não pude subir no terceiro andar, fato que eu conto no final do post, mas tem peças de arte sacra e paleontologia.
1º e 2º Andar do Instituto do Museu Jaguaribano
Espaço das Artes
Na outra esquina, fica o Espaço das Artes, onde morou o Barão de Messejana! Hoje é um museu que inclusive estava com uma exposição do Aldemir Martins, o famoso pintor dos gatos!
O casarão é enorme, mas a exposição ocupa apenas o 1º andar. O 2º não tem nada, apenas salas vazias e uma varanda com a vista pro Centro Histórico de Aracati.
Suco de Tamarindo da Casa Ponciano e Picolé José de Sofia
Finalizamos nosso tour tomando um suco de tamarindo na Casa Ponciano que dizem ser afrodisíaco! A receita já vem de várias gerações e está guardada a sete chaves hahaha!
Antes comemos o famoso picolé José de Sofia, muito tradicional na cidade. Sò um detalhe, eles vendem assim, sem plastico, tá gente? hahaha
Lugarzinho para comer?
Essa foi uma das coisas que eu senti falta no Centro Histórico de Aracati. Na rua inteira não tem um restaurante. Existem 2 cafés que estavam fechados, acredito que eles devem abrir no período da tarde. É o Café com Flores (funciona de Segunda à Sábado mas não informa o horário) e Café Maria Elisa (abre de Quinta a Domingo).
O Café Maria Elisa fica ao lado do Espaço das Artes e o Café com Flores fica logo depois, numa esquina bem charmosa, com bouganvilles, inclusive, eu e Joana do Morar em Fortaleza, tivemos a oportunidade de conhecer durante o Festival de Gastronomia..
Centro Histórico de Aracati é Totalmente Instagramável!!
Sim! Além de toda a história que envolve Aracati, ela tem o Centro Histórico super instagramável!! Tem muitas casas lindas em toda a Rua Coronel Alexanzito, além das ruas cobertas de bouganville e outra com uma parreira! Eu dei todas as dicas no meu reels do instagram!
Falta de valorização
Resumidamente, nós não valorizamos nada da nossa cultura. Eu fico muito triste quando me deparo com o nossos lindos patrimônios tombados, mas que não tem um guia para nos mostrar as riquezas dos acervos! Se você resolver fazer um tour amanhã, do nada, não tem um guia no Museu Jaguaribano!! Quem trabalha por lá, se vira nos 30 para que dê certo! Tanto que não consegui subir no 3º andar do museu e o segundo, por sorte, subi mas já estavam fechando!
Outro ponto também a se considerar é que os tours pulam Aracati. A cidade com o centro histórico tombado simplesmente não está em nenhum tour das agências!! As agências só oferecem o tradicional tour das praias, não oferecem com história, então como que o turista vai conhecer esse nosso lado se não apresentamos???
Fica aqui o questionamento e também a minha indignação pela falta de guias e falta de roteiros que incluam mais a nossa história. Precisamos valorizar nosso patrimônio!!
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